Balanço Patrimonial 2023
5 de julho de 2024DPOC- DOENÇA PULMONAR OBTRUTIVA CRÔNICA
7 de agosto de 2024Quando se fala de um paciente hospitalizado, não se deve excluir os processos emocionais e sociais na tentativa de compreender e diagnosticar a doença, desde sua instalação até o seu desenvolvimento. O tratamento é visto pelo paciente como uma coisa benéfica, mas, ao mesmo tempo, ameaçadora. Existe uma percepção real de ameaça à integridade física, à autoimagem, ao equilíbrio emocional e à necessidade, por vezes, de ter que mudar seu estilo de vida ou se privar de situações prazerosas anteriormente.
Nós temos visto a cada ano que pessoas que adentram o hospital para se tratar trazem consigo problemas emocionais do mais simples ao mais complexo. A doença por si só traz desajustes emocionais, ou mesmo promove o agravamento de situações não resolvidas na vida do indivíduo.
A evolução do ponto de vista multidisciplinar de como o paciente deve ser visto pela equipe tem crescido a passos largos. Hoje, ele deve estar ativamente inserido no seu tratamento, opinar e ser participativo. A equipe deve atuar em forma de cuidado integrado, o que inclui cada vez mais uma equipe médica atenta aos benefícios do tratamento em consonância com o paciente. Isto acaba por ser selado de forma imperiosa, à medida que os programas de certificação como acreditação hospitalar foram crescendo e se instalando em nossa realidade. Um dos pontos importantes nestes programas diz respeito à questão emocional do paciente, como é ouvido e cuidado, considerando-o um ser total e não somente uma doença.
Assim, a Psicologia Hospitalar ganha um papel extremamente marcante e importante, pois um paciente mal ajustado emocionalmente não adere ao tratamento, não se engaja e pode, ainda, piorar seu estado físico se seu emocional não colabora com a situação.
Deve-se mencionar ainda que, como membro da equipe multidisciplinar, o psicólogo sofre com esse contexto de doenças, dúvidas, incertezas, transformações, perdas e ao ver seus colegas de equipe mobilizados com cada caso. A pandemia trouxe um sofrimento adicional a tudo isso, que é o medo enquanto ser humano de adoecer, de contaminar sua família, de ver colegas doentes e podendo ir a óbito. Neste caso, a Psicologia está sendo necessária para acolher demandas que têm a ver com o sofrimento de quem perpassa por essa crise como profissional de saúde no momento que vivemos.
Resumidamente, a saúde mental nunca foi tão importante e tão considerada como está sendo agora. Antes, parecia que era relegada ao segundo plano e, se tivesse alguém para cuidar, que bom, mas não parecia ter um lugar de importância. Hoje, definitivamente, isso mudou. Saúde mental é a tônica do século 21 junto a outras doenças e questões que preocupam e assombram o mundo.
Fonte de pesquisa: ANAHP
Fundação Hospitalar Alex Krieser
Diretor Técnico, Dr. Lucas Volpatto
CRM/SC: 33.047